segunda-feira, 5 de maio de 2014

Para o Sol

Chovia bastante. O vidro da minha janela já estava tão embaçado que não conseguia enxergar as flores do lado de fora. Como se não bastasse, começou a trovejar e tudo ficou escuro. Escondi-me num cantinho feito de medo, de solidão. Sei que alguém tentava abrir a porta, mas não queria me machucar. O inverno em mim foi forte e sombrio. Mas, de repente, a chuva passou. O frio que corroía meu corpo foi embora, trazendo a brisa suave da primavera. Pude ver as flores desabrochando, ouvir os pássaros cantando e o Sol… Ah, o Sol! Com aquele formato de boca desenhada, sorriu para mim, iluminou o meu quarto inteiro e me tirou daquele cantinho. Fez com que eu abrisse as portas, a casa, o mundo inteiro. E depois de transformar a sombra em luz, mostrou-me, através de seus olhos cor de mel, o quão bonito o meu lar estava. Não quero o inverno de novo, Sol. O teu brilho iluminou minha morada. Então vamos fazer assim: faz-se verão permanente em mim?

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