Solidão de um monólogo

Venho contar um monólogo. Eu, apenas eu, vivendo o meu eu, só eu.
Quanta solidão cabe no meu monólogo? Incontáveis pacotinhos solitários, cheios de vazio; vazios de qualquer sentimento. Porém, disponível para que outro monólogo se una ao meu. Para ser dois; e não um. E acabar de vez com essa solidão de ser uma história só minha.

O não dito

Estas palavras não ditas ocupam um espaço no peito. Esse espaço é grande, cheio de sentimentos que querem transbordar, mas não têm coragem; ou apenas não é hora. As palavras querem sair, querem pular do peito e extravasar, mas elas não saem. E surge o não dito. O sofrido e amargo não dito. Das coisas que deviam ser ditas, mas que são empurradas para aquele espaço.

Tudo engasgado; sentimentos não digeridos.

Tantas coisas cabem em meu coração, porém são tão grandes para caberem nas palavras. Essas não traduzem o que sinto ultimamente. Penso, rascunho; tento pôr aquilo que me aflige para fora, mas está engasgado. Saudade, vontades reprimidas, amores não correspondidos... Quanto disso ainda estar por vir? Céus, por que tão complexa, Vida? Não tenho estômago para digerir tantos sentimentos; não tenho disposição para entende-los. Viver, essa palavra tão linda, mas tão difícil. Porém, é isso que devo fazer, apesar de tudo. Viver.

Que o meu coração não se canse de amar, mesmo que já tenha apanhado do amor.

Que eu tenha sempre um sorriso verdadeiro no rosto. Mas se não o tiver, que eu não finja tê-lo.

Que quedas me ajudem a crescer e que não me desanimem. Mas se desanimar, que eu saiba ser forte e confiar em Deus para superá-las.

Que eu seja transparente; clara.
 Que eu possa ser quem sou. Sem censuras. Sempre.

O mais perfeito.

Vim falar o quanto te necessito, te preciso. O quanto andar de mãos dadas contigo fortalece o meu coração. Vim falar que o teu consolo é incomparável e não há outro lugar que eu gostaria de estar que não fosse os teus braços reconfortantes. Não, nunca te vi. Muito menos, toquei-te. Tu és tão abstrato quanto o sentimento que em mim vive, és tão lindo quanto tuas obras, teus milagres. Não tem o poste físico desses garotões, fortes e sarados. A tua presença é maior. É espiritual. Não falo desses rapazes - para você que está lendo esse texto -, mas sim, de ti, meu Deus. Deus do impossível, do amor, da vida. Minha vida se transformou assim que te deixei entrar no meu coração. Lavaste e continua a lavar todo sentimento ruim que me aflige. Deus, tu és o meu refúgio, a minha fortaleza. De todos os amores, tu és o maior e mais forte. O teu amor é o que me guia. E é em ti que eu pretendo viver. Não tenho o que pedir a não ser perdão por todas as vezes que fui uma filha rebelde, que não te agradei. E espero que tu saibas o quão imensamente agradecida sou por cada respirar. Obrigada, meu Deus. Que o teu Espírito de amor esteja sempre em meu ser, guiando-me e transformando-me em alguém melhor. Eu sou tua, Senhor, faça de mim a tua vontade. Amo-te mais que a mim.